Oi pessoal! Vamos falar sobre animais e alergias? Será que eles são realmente os vilões dos alérgicos?
Quem me acompanha no Instagram (@riocomcriancas) sabe que tenho rinite alérgica e que convivo com animais. E toda vez que tenho uma crise, algumas pessoas culpam meus gatos. Mas será que eles realmente são os culpados?
Convidamos a Dra. Maria de Fátima Epaminondas Emerson – coordenadora da Comissão de Assuntos Comunitários da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia para conversar com a gente sobre o assunto.
A convivência com animais é benéfica, em especial para crianças, seja pela companhia do animal, como pelo amor transmitido pelos bichinhos aos seus donos.
Além disso, alguns estudos demonstram que a exposição das crianças desde pequenas aos animais de estimação poderia modular mecanismos imunológicos e reduzir a sensibilização na idade adulta.
A chamada “hipótese da higiene” proposta há cerca de 20 anos, defendia a tese de que o aumento da prevalência da alergia no mundo moderno poderia ser atribuído ao excesso de higiene e que o convívio com animais seria capaz de conferir proteção contra o desenvolvimento de doenças alérgicas.
Contudo, são muitos os fatores envolvidos. É importante lembrar que também depende da genética.
Se o pai e a mãe forem alérgicos, as chances são maiores dos filhos também apresentarem alergias. (Por aqui agradeço todos os dias pela minha filha não ter nenhum pingo de alergia 🙏)
É importante dizer que, não é necessariamente o pelo do animal que causa alergia. Fatores como descamação da pele, urina, bem como das partículas de saliva podem desencadear sintomas alérgicos.
A rinite alérgica é uma doença que se acompanha de uma inflamação da mucosa nasal. Os sintomas principais da rinite são: espirros em salva, coriza abundante, prurido (coceira) no nariz, olhos, ouvidos e garganta e obstrução nasal. Trata-se de uma doença herdada (de origem genética), mas sofre também a influência de fatores ambientais.
Os principais alérgenos relacionados à rinite são os fatores encontrados no ambiente domiciliar, como: ácaros da poeira domiciliar, fungos (mofos), baratas, epitélio animal (descamação da pele), pólens, entre outros.
Em se tratando de animais de estimação, duas condições principais podem ser encontradas:
1. A criança apresenta alergia comprovada através de testes (na pele e/ou no sangue). O especialista em alergia deve avaliar o caso;
2. A criança não tem alergia específica ao animal. Pode conviver com o animal no ambiente doméstico, desde que as medidas de controle ambiental sejam instituídas, uma vez que a presença do animal contribui para o aumento de ácaros na casa.
Em suma, a orientação médica é essencial para definir se a criança poderá ou não ter um animal de estimação.
Ou seja, o convívio com animais não é o único fator responsável por alergias respiratórias.
Fatores como poluição, mudanças de tempo, são fatores que podem provocar ou agravar crises alérgicas, mas não ocasionam uma reação imunológica. (Aqui cabe um parênteses – sempre que muda o tempo bruscamente eu fico muitooooo mal.)
Os ácaros da poeira domiciliar são os que mais provocam alergias.
Se você tem animais de estimação é aconselhável que siga essas dicas:
- A limpeza da casa deve ser diária, utilizando pano umedecido e evitando vassouras e espanadores.
- Arejar a casa, deixando janelas abertas para o ar circular;
- Usar capas impermeáveis para colchões e travesseiros;
- Sempre trocar as roupas de cama, em especial se os animais possuírem contato direto (dormir na cama);
- Retirar tapetes, carpetes e objetos que acumulem pó para facilitar a limpeza.
- Escovar o animal e banhar periodicamente.
- Se você tem gatos, deve evitar que eles entrem em gavetas, armários e locais onde há roupas e objetos pessoais.
Ou seja, você pode ter um animal de estimação mesmo sendo alérgico. Desde que não seja uma alergia específica a animais comprovada por exames e que siga algumas orientações de higiene.
E jamais abandone um animal! Caso você descubra algum tipo de alergia depois que já possui um, tome medidas preventivas que a alergia pode ser controlada. E, na dúvida, busque sempre a orientação de vários profissionais.