Oi pessoal! Hoje quero falar sobre festa de dia das mães, seja ela na escola, no curso, ou em qualquer outro ambiente coletivo que as crianças frequentam.
Talvez esse post gere alguma polêmica, mas a verdade é que não deveria. Me deparei com um artigo do Estadão esses dias falando sobre o porque não ter festa de dia das mães nas escolas e me lembrei que eu nunca gostei dessas festas, sejam das mães ou dos pais. Nunca gostei quando eu era criança e nem depois que me tornei mãe. Sério!
Em todas as escolas que estudei havia festinha ou reunião de dia das mães ou dos pais e é óbvio que eu participava, mas nunca gostei. Eu nunca sabia se a minha mãe ou pai iriam e era sempre aquela ansiedade. De fato, a minha mãe sempre ia. Pelo o que me lembro, ela só faltou uma vez por conta de trabalho mas foi substituída pela minha madrinha.
E porque eu não gostava? Eu tinha amiguinhos que não tinham mãe/pai (ou tinham, mas era mães ausentes) e nessas festinhas sempre tinha gente pra perguntar: “Cadê sua mãe? Cadê seu pai?” E por mais amada que a criança fosse por um membro da família, ela sempre ficava sentida nessas comemorações.
Lembro que a última escola que estudei antes de entrar para o ginásio (atual 6º ano) era uma escola bem mista, com turnos normais, integrais, semi internos e internatos. A maioria das crianças do internato não tinham mãe e, pasmem, eram obrigadas a participar das festinhas.
Acho que cresci com isso na cabeça e quando a Camille entrou pra escola eu já me tremia toda em pensar na festa do dia das mães. Por sorte, ela entrou no meio do ano na primeira escola e eu “me livrei” desse evento.
Na segunda escola, ao se aproximar do Dia das Mães, recebi um comunicado com um convite. O convite era para o dia da família, que seria comemorado em junho. Nada de dia das mães, justamente porque nem todas as crianças possuíam a figura materna. Óbvio que eu adorei a proposta e no dia da tal festa eu estava lá com a família toda. Era pra todo mundo! Lembro que foi um dia bem diferente e cada criança exibia um desenho pintado em tela (que no caso da Camille era um rabisco), que representava a sua família. E tinha de tudo: mãe, pai e filho, mãe e filho, pai e filho, avós e netos, e todos os tipos que você pode imaginar de famílias. E foi lindo!
Já na outra escola, a tradicional festa do Dia das Mães foi inevitável. E eu fui, óbvio. Não podia desapontar a Camille. Mas sabe quando você vai e se sente deslocada? Era eu! E fiquei o tempo todo calada e com lágrimas nos olhos. E não era de emoção. Era de angústia em ver alguns amiguinhos não participarem porque não tinham suas mães presentes. A vontade era de fugir daquela festa. Juro!
Depois dessa festa eu não participei mais! Expliquei os motivos para que a Camille compreendesse e por sorte da vida as outras escolas não promoviam a festa. Algumas escolas se adaptaram ao modelo Festa da Família e outras simplesmente não faziam nada.
Sei que muitas mães dão valor a esse tipo de comemoração e já vi muitas reclamando na escola por não ter a festinha. Mas sabe o que eu penso? Dia das mães é todos os dias e não vai ser uma festa que vai fazer esse dia mais especial.
Um adulto saberá muito bem lidar com o fato de não haver festa, mas vai explicar pra uma criança que não tem mãe que ela tem que participar da comemoração porque é convenção social. Será frustração pra vida inteira.
Mais empatia, principalmente com os pequenos.
E Feliz dia das Mães para todas as mamães do mundo!
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